Pela segunda vez, a Vara Criminal de Amargosa/BA promove a vivência de constelações familiares na Justiça com foco nas ações criminais originadas em atos de violência na família. Estão sendo convidadas pessoas envolvidas nessas ações e também profissionais que lidam com esse tipo de conflito (advogados, policiais, conselheiros tutelares, agentes de proteção, psicólogos, assistentes sociais, etc.). O evento terá início às 08:30 horas.
O primeiro evento de constelações na Justiça com esse tema ocorreu no dia 19 de dezembro de 2013. Desde então, diversos processos cujas partes envolvidas participaram dos trabalhos de constelação já tiveram audiências realizadas, e a maior parte delas resultou no término dos processos em razão de acordo entre as partes.
Em 2014 já foram realizados duas vivências de constelações na Justiça de Amargosa, ambas com foco em processos de adolescentes envolvidos com atos infracionais.
Como de costume, a programação do evento inclui uma palestra sobre os vínculos sistêmicos familiares e as causas da violência e das crises nos relacionamentos. Em seguida será feita uma meditação, em que cada um buscará identificar as origens da violência em sua família (que pode ser decorrente de algum fato ocorrido no passado da família, inclusive em gerações anteriores). Depois, será realizada a vivência de constelações familiares, em que serão escolhidos alguns casos concretos para observação por meio das técnicas das constelações. As pessoas presentes poderão participar das dinâmicas como representante de alguém de outra família, ou apenas como observadores.
A constelação familiar é uma abordagem fenomenológica, onde uma pessoa se propõe a “olhar” para o seu próprio sistema familiar. Então são escolhidos, entre os presentes, representantes para essa pessoa e para os membros de sua família. Com o decorrer do trabalho, esses representantes começam a manifestar sentimentos que expressam as dinâmicas ocultas nos relacionamentos nessa família, chegando muitas vezes às origens das crises e dificuldades enfrentadas, que podem estar relacionadas a fatos ocorridos no passado familiar de cada um (inclusive de gerações anteriores). Podem, também, observar quais os movimentos e posturas que conduzem a uma solução, trazendo paz e equilíbrio a todos os envolvidos.
Que belíssimo trabalho doutor Sami Storch,
Sou acadêmica do curso de direito da UFMT e pude participar de uma constelação a um ano e achei a terapia incrível, mas não tinha imaginado a possibilidade desta terapia no direito; o direito é realmente carente dessa abordagem sistêmica, de soluções que traga paz e equilíbrio para todo o sistema.
Encantada com esta nova forma de interpretar o direito, que resolvi escrever o minha monografia neste tema, por isso estou precisando de informações que possam subsidiar minha pesquisa, como posso ter acesso à essas informações?
Sou grata por este trabalho que vem desempenhando em nossa sociedade, precisamos de mais juízes que atuem com coração e respeito.
Ana Cláudia Pimentel Malheiros ( ana.claudia_@live.com)
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Olá Ana Cláudia, grato pelo comentário. Por enquanto, a melhor referência que temos na literatura para pesquisar sobre esse tema são os livros do Bert Hellinger. Ordens do Amor, Um Lugar para os Excluídos, A Paz Começa na Alma, entre outros, tratam de temas comuns às demandas com as quais nos deparamos na área jurídica. Tenho publicado alguns artigos e relatos sobre o trabalho com o Direito Sistêmico aqui no blog, e em breve teremos mais novidades. Um abraço!
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Parabéns Dr. Sami pela iniciativa. O Poder Judiciário se faz muito frio ao tratar algumas questões somente baseadas na Lei, principalmente no direito de família que envolve outras esferas do indivíduo, que não apenas o seu comportamento. Que nós estudantes de Direito e futuros atuantes possamos seguir o exemplo de pessoas como o sr. e que também sejamos criativos, empenhados e dispostos de tal forma.
Grata.
Jéssica Freire Ferreira.
Caxias do Sul/RS.
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